Característica migratória do grupo e exclusão socioeconômica são possíveis causas para alta

O número de pessoas vivendo nas ruas de Marília cresceu 308,2% em um ano e chegou a 337 no mês passado. Segundo dados do Cecad (Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico), o município vem registrando aumento da populaçao em situação de rua desde 2021,

quando cadastraram 41 pessoas. Em 2022 já eram 82 cadastrados e em 2023 um total de 109 pessoas.

Apesar de altos, os dados não refletem necessariamente a realidade (podem ser piores), pois é possível de se haver um alto índice de subnotificação por conta dos locais em que os dados são coletados, geralmente regiões centrais das cidades.

Segundo análise do Movimento Nacional da População de Rua, as características migratórias desses indivíduos, que vivem em circulação pela cidade, dificultam a abordagem e cadastramento.

Além do fator migratório, o aumento da população vivendo nas ruas pode estar relacionado com a exclusão socioeconômica dessas pessoas, com o desemprego como fator de ampliação da população de rua.

O Cecad do CadÚnico revela que dessa população de rua apurada, 304 são do sexo masculino e 33 do sexo feminino, 150 são de cor branca, 146 de cor parda, 38 preta e 2 amarela.

Dos que vivem nas ruas de Marília, apenas 22 não sabem ler, três tem nível universitário, 68 completaram o ensino médio, 49 não terminou e 50 tem ensino fundamental. A maioria, 142 deles, tem o ensino fundamental incompleto. Somente 25 não tiveram instrução.

A faixa etária de quem já está nas ruas começa dos 18 aos 24 anos, com 12 indivíduos já nessa condição. Dos 25 aos 34 anos são 63 pessoas. Dos 35 aos 39 anos são 50. Dos 40 aos 44 anos são 64 pessoas.

Dos 45 aos 49 anos são 54 pessoas. Dos 50 aos 54 anos são 43 pessoas, Dos 55 aos 59 anos são 27 pessoas. Dos 60 aos 64 anos são 14 pessoas e tem ainda mais 10 pessoas com mais de 65 anos nas ruas.

O Cecad é uma importante ferramenta de consulta e análise das informações do Cadastro Único. É uma ferramenta que disponibiliza para qualquer cidadão os dados sintéticos não identificados do Cadastro Único, que são de acesso público.

Nesse sentido pode ser utilizado por associações comunitárias, organizações da sociedade civil, jornalistas, estudantes, pesquisadores entre outros. O endereço é cecad.cidadania.gov.br.