O forte calor, somado à estiagem e ao consumo de água acima da capacidade da oferta, fez com que nas últimas semanas o baixo volume do reservatório da Represa Cascata apresentasse alta concentração de cianobactérias, deixando a água com coloração esverdeada.

O consumo “in natura” desta água é prejudicial à saúde, podendo ocasionar intoxicação, inclusive com sintomas graves.

A empresa recém contratada pela Prefeitura para administrar o serviço de saneamento do município, confirmou ao Jornal Cidade que o tratamento adequado dessa água antes de ser enviado ao consumo garante a potabilidade, sem qualquer risco à população.

Uma cianobactéria é capaz de produzir vários tipos de toxinas que afetam animais vertebrados, inclusive o homem.

Um tipo de toxina afeta o fígado, causando hemorragia. Foi percebido na China que alguns casos de câncer no fígado tinham a ver com a presença dessas toxinas na água potável.

A presença de cianobactérias, em maior ou menor concentração, foi detectada pela Cetesb desde 2006. Desde então a Prefeitura, e agora a RIC Ambiental, são obrigados a monitorar e enviar relatórios periódicos sobre sua concentração e seu tratamento e correção, inclusive com controle de seu crescimento.

Em 26 de agosto, última medição enviada à Cetesb, já apresentava alta concentração de cianobactérias na represa.

Ao ser questionada sobre como deve proceder para se eliminar essa presença no importante reservatório, a concessionária, que assumiu os serviços desde 9 de setembro, disse que o contrato prevê uma ampla reforma e melhoria na represa.

Entretanto, informa por enquanto que inclui essa correção, mas que será a médio prazo, sem definir datas e quais medidas serão tomadas. A assessoria de imprensa da concessionária, entretanto, destaca que assim que o projeto estiver pronto será divulgado.

Dentro do intrincado e complexo sistema de abastecimento de água do município, que fica há mais de 10 quilômetros do manancial mais próximo (Rio do Peixe, no Km 343 da SP- 333), envolve poços profundos, poços semi artesianos, e reservatórios, como o da Cascata.

As águas da Represa Cascata são responsáveis por abastecer uma parte da Zona Leste de Marília. O tratamento é realizado na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Cascata, realizada por químicos especializados.

A ETA Cascata tem capacidade de tratar 400.000 litros/ h, mas atualmente está trabalhando com apenas 50% de sua capacidade (200.000 litros/h), tratando as águas da Represa Cascata e Represa Águas do Norte, além de água do P5 (poço profundo) e águas da sede da São Luiz. Hoje a ETA Cascata atende 15% do município.