Sexta-feira, Setembro 20, 2024

Cidade

Falta de chuva evidencia incapacidade histórica de abastecimento de Marília

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A falta de água no inverno, agravada pela redução das chuvas, é a prova de que os gestores de Marília nunca souberam lidar com sua dificuldade de acesso aos recursos hídricos

O desenvolvimento desordenado e mal planejado de Marília desde sua origem é a causa da incapacidade histórica e atual do município em fornecer adequadamente a água potável e encanada para seus habitantes.

Desde sua origem, com a ocupação urbana distante do rio mais próximo, o Peixe, o município vem dependendo diretamente da reservação da água da chuva através da Represa Cascata. E após nove décadas, não foi capaz de perfurar poços profundos suficientes para compor com o que tira do rio e da chuva e atender a demanda da população.

Com o processo de concessão dos serviços de água e esgoto da cidade em andamento em plena estiagem, que deve encarecer ainda mais o custo do serviço, ao acrescentar os lucros previstos com a privatização da água, é prometido para a cidade que enfim o tratamento do esgoto possa ser concluído, pondo fim a um dos maiores crimes ambientais que a cidade promove, desde sua fundação: o de obrigar os marilienses a beber água tratada do rio após ser contaminada pelo próprio esgoto.

É que Marília lança o esgoto em um ponto acima de onde capta a água do rio, sendo obrigado a tratar antes de enviar para as residências. A concessão também tem outra missão de por fim a 40% de desperdício, pois de cada 10 litros enviados para a torneira, quatro deles se perde nos canos, por vazamentos.

Com uma captação distante e cara da água do rio, a cidade consegue suprir apenas 60% de toda a demanda hídrica dos marilienses. As outras fontes são os poços profundos e as represas Cascata e do Norte.

Com a falta de chuva há 70 dias, as represas estão comprometidas e já não é possível fornecer 100% de água a todos os marilienses.

A prefeitura de Marília confessa isso ao informar que o remanejamento dos recursos está sendo aplicado, distribuindo a água por setores, obrigando o mariliense a economizar e manter maior reservação em suas caixas d´água. Com muitas casas construídas sem caixa d´água na cidade, o revezamento da distribuição da água por região provoca a interrupção ou falta de água periódica

na cidade, obrigando o morador a conviver com períodos sem água ao longo do dia.

Segundo comunicou a prefeitura, o revezamento da distribuição, que no ano passado ocorreu a partir de agosto, esse ano já começou em junho. Se mais poços profundos fossem perfurados para atender o aumento da demanda talvez a população não dependesse do clima para beber água. Porém, desde 2014 que não se perfura um poço de grande vazão, apenas poços artesianos ou semi artesianos, de baixa vazão.

Entre as cláusulas da privatização existe a exigência da empresa colocar fim ao déficit hídrico da cidade, sendo proibido faltar água na cidade, algo que o mariliense nunca experimentou na vida.


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