Apesar de avanços recentes, a participação das mulheres nas eleições municipais de Marília ainda está aquém do esperado. Dos 305 candidatos registrados para o cargo de vereador em 2024, apenas 104 são mulheres, representando 34% do total. Embora o número sinalize um pequeno progresso, ele está distante de refletir a realidade demográfica da cidade.

Marília, cujo nome homenageia uma mulher, também conta com maioria feminina entre seus 237.627 habitantes. Segundo o IBGE, 52% da população – 123.761 pessoas – são mulheres, cerca de 10 mil a mais que os homens. No eleitorado, a disparidade é ainda mais evidente: das 172.843 pessoas aptas a votar, 54% são mulheres, totalizando 93.002 eleitoras.

Apesar dessa presença significativa no corpo eleitoral, a realidade política não acompanha essa representatividade. A cidade nunca elegeu uma mulher para o cargo de prefeita em seus 95 anos de história e 20 legislaturas. Dos 332 vereadores eleitos ao longo desse período, apenas nove foram mulheres. Atualmente, apenas duas mulheres ocupam as 13 cadeiras da Câmara Municipal, mesmo com uma maioria feminina no eleitorado.

A situação está mudando, ainda que lentamente. Em 2022, Marília elegeu sua primeira deputada estadual, Dani Alonso, e, em 2020, reelegeu sua primeira mulher vereadora Professora Daniela. Essas vitórias são vistas como avanços simbólicos, mas ainda insuficientes para reverter o quadro de sub-representação feminina na política local.

Apesar de duas candidatas à prefeitura em 2024, o domínio masculino persiste. Dos 305 candidatos ao cargo de vereador, 201 são homens, mantendo uma composição política amplamente masculina. Movimentos em prol da igualdade de gênero ressaltam que, embora as mulheres estejam conquistando espaços, é necessária uma mudança estrutural mais profunda para que a participação feminina se torne proporcional ao seu peso na sociedade.